.....................................................
Assisti Irreversível, filme francês de uns 5 anos atrás (eu acho)... Fiquei espantado com a originalidade que uma história não tão original assim... foi contada! Tudo calculado, e não digo apenas pela ordem cronológica dos fatos (isso não foi tão original... vide amnésia e outros... na verdade nem acho originalidade uma qualidade, exatamente, but...), mas o fato é... o caos da câmara que jamais parava de girar acompanhando o caos representado naquele submundo de fúria e vingança... nem sei se essa sincronia paradigmática não foi a melhor forma de tornar aquela realidade sufocante assistível (o que não deixa de ser irônico)... conforme a história se explica a câmera se acalma. Mas o entendimento do total, de frente pra trás, e que termina (ou quase isso) com cenas bem bonitas, só serve pra ilustrar mais um paradoxo: quando entendemos todo o enredo entristecedor do filme, ele se mostra de forma bela, com céu azul, Mônica Bellucci e tudo o mais! E penso que quando o filme diz: “O tempo destrói tudo”, acho que ele diz, indiretamente, que o tempo também constrói tudo! Acho que o Tempo, por sua profundidade e persistência é Deus e os relógios se tornam marcadores do sagrado, que tem o poder de construir e destruir tudo... Sendo assim entendido Deus, fica mais fácil entender a imparcialidade do tempo com as tragédias como a do filme ou como o holocausto!
Fim... alias, meu marcador sagrado marca 00h04´ e o mundo continua reversível no seu movimento e irreversível na sua atitude...
Fim... alias, meu marcador sagrado marca 00h04´ e o mundo continua reversível no seu movimento e irreversível na sua atitude...
