sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Cara-metade (com sotaque de O Apanhador no Campo de Centeio na seara de Guimarães Rosa)

Às vezes penso que sou muito ermitão... acho que não conseguirei ninguém... que sou exigente de mais... e que só os amores platônicos com uma boa distância permanecem (a saudade também é uma coisa que sempre permanece)...
Mas daí penso que um dia pode haver alguém que me complete, minha cara-metade etc. e tal... mas... sei lá... não é que eu não queira outra pessoa em minha vida (até por que eu sei que quero) mas esse papo de cara-metade é uma coisa furada, pra gente se sentir só, fora do eixo... quando olho no espelho sei que minha cara é completa e que suas metades já residem em mim!
Sei também que esse negócio de se achar completo em frente a um espelho é narscisístico, e Narciso, como bem sabemos, morreu só e afogado... como não quero morrer afogado e nem como a Glenn Close em Atração fatal... vou seguir assim... sem saber quanto de mim e do próximo eu preciso pra alcançar a terceira margem!

2 comentários:

Felipe disse...

Gostei do texto. Na verdade o achei bem sólido, pois poucas pessoas e textos são sólidos como este, como você. Solidez é algo que me comove. Sabe, as pessoas vivem em um estado tão onírico de existência(como eu aqui!)que quando se deparam com a sobriedade elas se emocionam. E eu acho que para escrever algo sóbrio é preciso ser um gênio, pois é muito fácil escrever sobre aquilo que não existe, como é o caso de alguns(eu!)

O.K., desculpe o tamanho do comentário, sei que você é uma pessoa minimalista, e isso eu acho outro dom seu, mas é que tenho que deixar claro, super que lembrei da Alex Forrest no atraçao fatal, eu amo a atuação da Glenn Close naquele filme.

juliana t. disse...

minhas metades são várias, você sabe.
beijos